Embora eu quisesse iniciar falando sobre diversos outros assuntos, precisava começar essa newsletter (pelo menos de maneira oficial) explicando sobre a razão dela levar o meu nome.
Durante muitos anos da minha vida, tentei me esconder de diversas formas, seja mediante pseudônimos, seja repassando meus textos para amigos e fazendo com que eles levassem a “fama” pela escrita. Não importa a maneira que fosse, se tivesse um jeito de eu me esconder, o faria.
Talvez pela baixo autoestima que na infância se tornou um problema para mim. Talvez, pela enorme vontade de agradar as outras pessoas e não suportar escrever algo que desagradasse de alguma forma.
Nas conversas entre amigas, sempre me policiava quanto aos comentários que iria fazer, os conselhos que iria dar, tentava ser uma pessoa melhor do que eu era para ser aprovada. E, por vezes, ainda não era. E ao invés de perceber o grande buraco que eu estava me enfiando, só ia cavando cada vez mais em busca de uma aprovação que nunca viria, que nunca virá.
Depois de muitos anos que realmente consegui entender que, enquanto a aprovação interna não acontecer, as pessoas ao nosso redor também não vão nos enxergar. E por isso, ter uma newsletter que leva o meu nome é tão importante para mim.
Na minha infância, ouvi por diversas vezes dos meus pais e avós que o nome é o que temos de mais importante em nossa vida. Nossos antepassados reconheciam quem era uma pessoa através do nome e sobrenome. Ele era capaz de traduzir toda a reputação de uma pessoa. E ainda diziam: “Eu posso perder tudo, mas o meu nome, ninguém tira”. Até então, eu nunca tinha entendido sobre a importância disso.
E foi através de experiências vividas na adolescência que, foi lapidando sobre a importância do meu nome, da minha reputação. Foram decisões tomadas de maneira errada e até mesmo as certas também, que me mostraram a importância de honrar o próprio nome. Honrar o próprio nome, é honrar quem você é. É muito além de honrar uma junção de palavras, é honrar tudo aquilo que representa você.
Na faculdade de Direito, há mais de sete anos, no primeiro dia de aula, o professor deu literalmente uma aula sobre a importância do nome e sobrenome e sobre como deveríamos zelar pela nossa reputação. Ali, mais uma vez, eu estava diante daquilo que me assustava. E deixo claro aqui que sempre fui apaixonada pelo meu nome viu?
Inclusive, peço licença para dizer que, o nome Joyce foi escolhido por minha mãe após ver uma pregação da pastora, professora, palestrante e autora cristã Joyce Meyer. Não há razão para não ser apaixonada por esse nome, não é verdade? Mas, acredito que a relação é mais íntima, já que a própria forma de negação me mostrava o quão importante ele era.
Em algum momento de nossa vida, o nosso nome foi decidido. E digo isso, pois, há pessoas em que o nome foi decidido muito antes dela vir ao mundo. Outras, tiveram seus nomes decididos por pais adotivos ou mesmo trocaram os nomes após adultos. Essa decisão leva muitos significados, pois este nome escolhido não se trata de um mero substantivo próprio, mas sim daquilo que se utiliza para designar quem você é neste mundo.
Durante nossas vivências, experiências, aprovações e derrotas, é este nome que será lembrado. Por vezes, este nome será também lembrado com amor, saudades e até mesmo com sentimentos ruins, mas sempre será lembrado, quer você queira ou não. Valorizá-lo vai muito além de saber qual sua origem ou quem foi o seu criador, mas sim valorizar sua essência.
Em uma passagem na Bíblia, Filipenses 4:3, Paulo disse que as pessoas que cooperavam com Evangelho teriam seu nome no livro da vida. Não quero aqui me alongar com o contexto, no entanto, está claro sobre como o nosso nome importa. Ele será lembrado por Deus e colocado no livro da vida. E pode parecer que estou sendo ingênua agora, mas em qualquer lugar do mundo, os seus dados podem mudar, mas o seu nome, permanece o mesmo.
Depois de tantas evidências, percebi sobre como o meu nome tem valor para Deus, para as pessoas e principalmente para mim. E ainda que, por vezes, eu quisesse escondê-lo de várias formas, ele nunca deixou de existir, sempre esteve presente, esteve ali para quando eu me lembrasse dele.
E pedindo licença para a dupla de cantoras AnaVitória na música “Amarelo, azul e Branco” digo para vocês:
Deixa eu me apresentar que eu acabei de chegar, depois que me escutar, você vai lembrar meu nome. Prazer, Joyce Viana Silveira. E que por aqui, vocês também se sintam acolhidos o bastante para honrarem quem vocês são.
Com carinho,
Joyce Viana