Diario de Escrita #5 : entre o real e o sobrenatural - parte 1
Nesta sexta-feira, 04 de julho, começamos o nosso Diário de Escrita #5 com algumas horas de atraso e queria falar sobre as coisas que estou escrevendo, no entanto, tenho ultimamente escrito apenas sobre as experiências sobrenaturais que tenho tido, então vi que não poderia seguir por outro caminho. E depois de tantos pedidos, resolvi enfim escrever sobre isso.
Nos últimos anos, tenho tido diversas experiências sobrenaturais, mas, isso sempre aconteceu desde criança. Ainda jovem, apesar de na época ser ainda muito pessimista, recebia avisos sensíveis sobre ir ou não ir em algum lugar. Inclusive, certa vez, perto dos vinte anos, estava pronta para ir em um aniversário e senti muita dor no peito e decidi não ir. Depois de algumas horas, fiquei sabendo que aquele aniversário foi alvo de uma briga generalizada e pessoas saíram baleadas e estavam onde certamente eu também estaria.
De lá para cá, continuei seguindo minha intuição com a certeza de que algo estava muito acima de mim. Entre tantas experiências, quero iniciar por uma das que mais me afetaram e aconteceu em 2017.
Em 2017, ainda na faculdade de Direito, por um pequeno descuido, meus dois cachorros saíram pelo portão e se perderam nas ruas do meu bairro. Mesmo indo atrás deles de imediato, ainda, sim, apenas um voltou para casa e o outro seguiu perdido por mais onze dias.
Nessa empreitada de onze dias, quando chegamos no sexto dia, meu pai pensou ter encontrado o corpo do nosso cachorro. De imediato, chorei bastante e não quis ver as fotos do corpo que ele teria tirado então chorei, mas me senti vazia, como se tivesse algo errado, mas não falei nada, até porque todos pensariam ser a tristeza pela perda.
No nono dia (dois dias depois do encontro com o corpo de um cachorro), meu pai me avisou que iria apagar as fotos do aparelho, não queria ficar olhando. E, quando ele pegou no aparelho para apagar, eu que estava deitada, levantei de imediato e falei que gostaria de me despedir do meu cachorro pela última vez. No entanto, assim que nós dois olhamos para as fotos (inclusive ele que tinha feito o reconhecimento) sabíamos que não era o Barão. Provavelmente, as emoções não o deixaram pensar com clareza.
Depois de confirmamos que não era o Barão, voltei a rotina exausta de procurar por ele e naquela noite, tive um sonho muito forte e que me mostrou que o nosso encontro estava próximo. E, sim, também tenho diversas experiências com sonhos.
Enfim, seguimos na busca até chegarmos ao dia decisivo, o 11 dia. Neste dia, acordei muito feliz e, ao mesmo tempo, um pouco anestesiada, não sabia explicar, mas, dei um cochilo na parte da tarde (estudava na parte da manhã e da noite na época) e falei: “Vou descansar, pois a noite vou encontrar o Barão”.
E então, comecei a me arrumar para ir para a Faculdade, enquanto meu pai se arrumava para ir trabalhar (na época, ele trabalha no período noturno) e eu ia de van para a Faculdade. Organizei minhas coisas (neste momento orava e cantava e era como se uma voz gritasse no meu ouvido que eu o encontraria), peguei a coleira do Barão e disse: “Vou levar a coleira porque hoje ele voltará comigo”. Obviamente, meus pais não entenderam e até ficaram apreensivos pensando o quanto eu estava sofrendo por dizer aquilo, mas, eu estava leve e certa do que estava fazendo.
Naquele dia, não consegui assistir nenhuma das aulas pendentes, inclusive, teria prova em uma delas, mas comecei a me sentir ansiosa ao extremo, tive uma crise de ansiedade muito forte que, mais tarde, eu entendi que era por saber do nosso encontro. Assim, quando deu o horário de voltar para casa, avisei o motorista da minha van (que me entregava por último, pois ele também morava no mesmo bairro que eu) para ele ir devagar, pois na volta encontraríamos o Barão.
Neste momento, ele só faltou me levar para internação, isso sim. Enfim, chegando no nosso bairro (por volta das 23 horas), vimos dois cachorros bem parecidos no meio da rua, mas nem me movi, até que vi o Barão de longe e falei: “Pode parar, é o Barão, é o Barão, é o Barão” e comecei a chorar compulsivamente. Assim, ele parou a van, descemos e eu carreguei o Barão e levei para a casa. De lá para cá, foi só amor e até hoje estamos juntos, ele já tem 11 anos.
Depois de contar isso tudo, em primeiro lugar, digo que vim contar no diário de escrita, pois é sobre isso que tenho escrito ultimamente, sobre as várias experiências sobrenaturais que tenho tido. Por acreditar em Deus, digo certa que ele me alerta e me faz ouvir sua voz sempre que preciso escutá-la.
Em segundo lugar, quero dizer que precisamos estar com os ouvidos sensíveis para que a nossa espiritualidade possa aflorar, precisamos calar a voz do mundo para que a voz que realmente importa, que está presente em nosso interior, também seja ouvida. Isso é mais do que uma experiência, é uma certeza de que não estamos sozinhos neste mundo, por favor, nunca pense isso.
E sim, até um cachorro pode ser usado para que essa presença se faça realmente presente nas nossas vidas. Pode ser um cachorro, borboleta, um móvel, um amigo, um inimigo, o que Deus quiser usar, Ele usará. E se você não acredita em Deus, te convido a repensar em todos os detalhes e as pequenas coincidências da sua vida e acredite, nunca foram apenas detalhes ou coincidências.
Também não quero aqui, obrigar ninguém a acreditar em algo, mas, preciso, sim, falar sobre o que vivi e vivo todos os dias. E sobre como isso faz diferença em minha, não tomo uma decisão sequer sem uma oração e uma certeza de que é o certo a se tomar. Respeito minha intuição e meus sonhos, sem me deixar enlouquecer por isso, mas, mais uma vez, calando as vozes que não preciso ouvir.
Escrever sobre essas experiências está me ajudando a entendê-las e a viver melhor também, além de respeitar alguém acima de mim, que eu acredito ser Deus. Deus, tão grandioso, ainda se importa em me ajudar em encontrar o meu cachorro, Ele não iria mesmo se preocupar com todos os meus outros problemas?
Por essa razão, peço que calem a voz deste mundo e passem a ouvir a voz interior que existe dentro de você. Ela é sagrada, é sublime, ela vai te direcionar para o que precisa ser direcionado, ela vai te guiar e ajudar a afunilar as coisas que você realmente precisa se preocupar. Inclusive, na época, eu não estava frequentando nenhuma igreja e estava sem ler qualquer coisa, mas, estava apta a escutar.
Dezenas de experiências sobrenaturais me cercam todos os dias, desde as mais simples, as mais impressionantes, inclusive, sobre como deixei de ser uma pessimista convicta e passei a ser uma mulher esperançosa e estou disposta a contá-las aqui, se for do interesse de vocês, tudo bem? Espero que de alguma forma sejam tocados ou que eu possa fazer a diferença pelo menos na vida de uma pessoa.
Com carinho,
Joyce Silveira
Joyce, que texto bonito.
Me tocou de verdade, porque me lembrou que Deus fala — e às vezes, a gente só precisa decidir escutar.
Essa história da coleira me arrepiou…
Às vezes não tem um motivo lógico — só um sentimento, uma certeza mansa… e é Deus ali, soprando um caminho.
Obrigada por partilhar isso. Me deu vontade de prestar mais atenção.
Nos conte como foi essa mudança. Também passei por ela e desde o começo foi Deus.